quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Secretários escolhidos pelo povo

 
Se na maioria dos municípios do Estado do Rio os candidatos vitoriosos receberam apoio de caciques poderosos, na pequena Itaocara, no Noroeste Fluminense, foi diferente. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) conseguiu eleger o primeiro prefeito da história da legenda: Gelsimar Gonzaga, um ex-cortador de cana de 48 anos que já escolheu, através do voto popular, os secretários de Saúde e de Educação.

Logo após a vitória, Gelsimar deu o tom de como vai ser o seu governo: as primeiras ações são a criação do Portal da Transparência, a redução de sue próprio salário, a instituição de conselhos populares deliberativos. Além disso, o prefeito eleito convocou o povo para estar presente às sessões da Câmara, onde o PSOL elegeu apenas um vereador de 11, para pressionar e garantir que sejam aprovadas as “políticas de interesse do povo e não de grupos privados”. Na eleição de outubro Gelsimar recebeu 6,7 mil votos, o equivalente a 44,26% do eleitorado de Itaocara. Ele também é um exemplo de persistência. A eleição deste ano foi o seu sétimo pleito. Nas outras seis ocasiões ele foi derrotado. Porém, não desistiu.

Gelsimar sabe que vai ser difícil cumprir todas as promessas de campanha. Atualmente, Itaocara tem um Orçamento anual de R$ 42 milhões, o 70º entre os 92 municípios do estado. Além do caixa minguado para grandes investimentos, o futuro prefeito vai ter que conviver com uma Câmara de Vereadores formada majoritariamente pela oposição. No entanto, ele se diz confiante. “O nosso objetivo é tornar Itaocara um exemplo do que o partido pode vir a fazer em outras cidades no futuro”, afirmou o prefeito eleito, ressaltando que consguiu conquistar o eleitor. “Nossa campanha, baseada no enxga-mento da máquina pública e em uma gestão transparente, conquistou o eleitor”, afirmou Gonzaga, que enfrentou nas urnas o atual prefeito da cidade.

“Sou apenas um empregado da população "

“Quem manda é a população. Eu sou apenas um empregado”, tem dito o prefeito eleito. Para Gelsimar, não existe diferença entre ele e os outros funcionários da Prefeitura. “Tem muito marajá recebendo da Prefeitura. Vamos acabar com isso e mostrar que é possível governar com ética e transparência”, frisou.  Até chegar à Prefeitura, Gelsimar percorreu um longo caminho na militância política.
Durante a década de 80, o ex-trabalhador rural foi morar na capital do estado para servir ao exército. Durante os dez anos em que morou no Rio. Em 2005, rompeu com o PT, juntamente com o grupo formado por Heloísa Helena, para fundar o PSOL.

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