quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Independência do PPL será temporária


Após o desentendimento entre os irmãos Nelson Nahim (PPL), presidente da Câmara de Vereadores, e o deputado federal Anthony Garotinho (PR), o edil decidiu deixar o PR, que é presidido no Estado pelo irmão e seguiu para o PPL, sempre mantendo o discurso de que a legenda não faz oposição em Campos, mas também não está alinhada ao governo municipal, ou seja, tem postura independente. Entretanto, será que ainda há espaço na política para partidos independentes?

O próprio Nahim já admite que o PPL tomará uma posição, mas ressalva que isso não irá acontecer agora. “É o partido mais novo do país. Estamos mais preocupados em nos organizar em Campos e região, que é a minha tarefa, do que com lados políticos. Não estamos pensando nisso agora. Queremos crescer com filiações e conseguir uma sede própria. Em algum momento, mais pra frente, na hora da eleição, o partido vai ter uma posição”, disse.
Nahim afirma que seria uma posição incoerente se ele saísse de um partido ligado ao governo e fosse para a oposição.

— Não seria ético nem coerente da minha parte se isso acontecesse. Fiz parte desse governo durante seis meses. Claro que vou continuar desempenhando meu papel como presidente da Câmara, mas, agora, o que queremos é que as coisas andem e o município continue funcionando — complementou.

Quando Nahim saiu do PR, o deputado Anthony Garotinho publicou em seu blog a versão do desentendimento entre eles e disse que o irmão poderia seguir para a oposição.

— Ora, não existe independência, ou é governo ou é oposição. Não converso mais com você enquanto não se desculpar pelas ofensas que me fez. Você não está indo para a oposição. É duro ter que dizer isso, mas você já estava lá há muito tempo. Você antecipou a posse porque queria que juíza decretasse a prisão de Rosinha. Pode ir pra oposição. Lá é o seu lugar — disparou Garotinho ao comentar sobre o irmão.

O cientista político Hugo Borsani explica que, por definição, postura independente não existe.

— Essa independência não existe. Se não está no governo, está na oposição. Pode participar de alguns acordos e ter uma posição menos marcante, mas, por definição, é oposição. Não considero possível estar em nenhum lado — concluiu.


Odisséia não crê no partido com Rosinha


A vereadora de oposição Odisséia Carvalho (PT) não acredita que um partido possa se manter independente.
— Acho muito difícil que isso aconteça. Na vida, assim como na política, temos que assumir um posicionamento. A Frente Democrática é um conjunto de partidos que pensam da mesma maneira e não concorda com o modelo atual de governo, que utiliza o fisiologismo e outras práticas que discordamos. Mesmo se dizendo independente, nossos atos acabam demonstrando um lado — disse ela.

A vereadora disse também não acreditar que o PPL vai caminhar com o governo Rosinha Garotinho nas próximas eleições.

— Não acredito que o PPL vá para a oposição. O partido conta com Toninho Viana, Café e vários companheiros que se posicionam como oposição ao casal e também com Nahim, que, depois da discórdia entre os irmãos, não acredito que vá ceder aos encantos do governo — concluiu.

Para o vice-presidente da Câmara, Rogério Matoso (PPS), é importante que o partido tenha um tempo. “Depois desse tempo para a organização, o partido deverá revelar a sua posição”, disse.

Sobrinho acredita no tio ao lado do governo
Wladimir Garotinho, presidente do PR em Campos e sobrinho de Nahim, é outro que não acredita em postura independente na política.

— Não acredito que isso possa acontecer. Todo mundo tem uma posição e sei que o PPL vai escolher a dele em algum momento — disse.

Perguntado sobre qual caminho o PPL irá seguir em Campos, Wladimir espera que a legenda siga para o lado da situação.

— Acho que o PPL vai caminhar com o governo. Sei que na hora de decidir o bom senso vai falar mais alto e o partido vai ficar com o governo — opinou.

No dia da discussão entre o seu pai (Garotinho) e o seu tio (Nahim), Wladimir entrou ao vivo na rádio e questionou a postura de Nahim que, segundo ele, deveria estar ao lado da prefeita desde o dia da casação. “Ele, como membro do grupo, tinha que ter ficado ao lado dela. Citar a minha vó foi outro equívoco”, opinou.


Fonte: http://www.fmanha.com.br/#1219359749/1320320194

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço sua participação!

Arquivo do blog

Curtir

.